quarta-feira, fevereiro 27, 2008

Gasolina ou Gasóleo?


Como anda por aí muita dor de cabeça, segue a transcrição de um artigo que nos indica quantos km temos que fazer para que o investimento num carro a diesel seja um bom investimento. E olhem que não são poucos. No meu caso ainda não compensa, por estranho que possa parecer.

Tabela de comparação (carregar aqui)

"Há dois anos que os Diesel são reis em Portugal, ultrapassando as vendas de carros a gasolina. O gasóleo ganhou popularidade nos últimos anos, com as marcas a oferecerem carros de maior potência e cilindradas mais baixas, reduzindo o preço de aquisição. Seduzidos pelos custos mais baixos do combustível, muitos consumidores europeus optaram pelo gasóleo, levando ao que os responsáveis do sector chamam de “dieselização” do mercado. Se, há alguns anos, os veículos Diesel eram a escolha acertada, actualmente nem tanto, devido à subida acentuada do preço do gasóleo, superior à da gasolina. É preciso ponderar diferentes variáveis, já que o excesso pago “à cabeça” pode não compensar, a menos que mantenha o carro por muitos e longos anos.

“Quem comprar hoje um carro não pode ter como certo que o gasóleo será sempre mais barato do que a gasolina”, afirma José Horta, presidente da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas. A subida de preço registada no último ano levou o valor de referência do gasóleo a ultrapassar o da gasolina. Os portugueses só pagam menos para abastecer um carro Diesel porque a fiscalidade penaliza mais a gasolina (ver página III). Ainda assim, o custo dos dois carburantes tem vindo a aproximar-se. No final de 2007, a diferença no preço por litro era de 17,9 cêntimos, contra 21,8 cêntimos em Dezembro do ano anterior. Uma tendência que, segundo os especialistas, deverá acentuar-se, com o aumento da procura por gasóleo.

Em Portugal, um automóvel a gasóleo é 15% a 20% mais caro do que o seu equivalente a gasolina. É certo que, após a compra, as idas ao posto de abastecimento tornam-se menos dispendiosas. No entanto, será essa poupança suficiente para compensar o custo acrescido na compra? O Jornal de Negócios analisou 16 modelos diferentes, quatro em cada segmento, escolhendo sempre os modelos mais vendidos durante o ano 2007, comparando a versão a gasóleo com a equivalente a gasolina. A simulação teve em conta os custos com o novo imposto de circulação e os encargos com o combustível, usando como referência uma média de 20 mil km/ano habitualmente utilizada pelo mercado.

Nos três segmentos mais representativos (utilitários, pequenos familiares e familiares médios), verificou-se um custo acrescido médio de 3.800 euros nos modelos Diesel, sendo que, com estes veículos, a poupança média anual em combustível é de 626 euros e de 12,50 euros no IUC. Assim, para que a compra do veículo a gasóleo se torne vantajosa, terá de percorrer mais de 120 mil quilómetros. O mesmo será dizer, mantê-lo durante, pelo menos, um período de seis anos. Segundo a Associação Nacional das Empresas do Comércio e da Reparação Automóvel (ANECRA), os portugueses trocam de carro a cada quatro ou cinco anos. Se é o seu caso, é preciso ponderar bem antes de tomar uma decisão.

Há um segmento em que continua, no entanto, a ser vantajoso optar pelo Diesel. No caso dos grandes familiares (modelos mais comprados pelas empresas para os executivos de topo), o facto de a diferença no preço de compra ser pequena entre as duas versões, torna sempre mais acertada a escolha do modelo a gasóleo. O mesmo acontece nos monovolumes, já que a oferta de gasolina é escassa e, quando existe, não compensa, já que as versões comercializadas têm cilindradas elevadas, tornando a factura mais cara.

Se está a pensar adquirir um pequeno familiar, a opção Diesel será, em princípio, a mais vantajosa. Basta ter o carro por mais de 80 mil quilómetros ou quatro anos.

Nos cálculos não foram considerados os custos de manutenção que, contrariamente à ideia pré-concebida, hoje já não são mais elevados para um automóvel a gasóleo. “Actualmente, os custos de manutenção são quase iguais”, afirma António Ferreira Nunes, presidente da Anecra. O responsável considera que os motivos económicos para optar por um carro a gasóleo estão mais dissipados, e prevê uma reviravolta no mercado: “Paulatinamente, vai haver uma alteração para carros a gasolina de menor consumo e híbridos”."